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Home»Entrevistas»Pastor Simões: “Ninguém abre mão de poder e de privilégios”
jamieson simões
Entrevistas

Pastor Simões: “Ninguém abre mão de poder e de privilégios”

Rafael AyalaBy Rafael Ayala22 de Outubro, 2018Updated:26 de Novembro, 2020Sem comentários6 Mins Read
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A voz calma e a postura serena são a de um contador de histórias. Jamieson Rodrigues Simões, o Pastor Simões, foi o único negro a disputar a eleição de 2018 para o cargo de senador do Ceará, mas esse é apenas um ponto em sua trajetória de luta e militância. Os pais saíram do Ceará para Belém, no Pará, influenciados pela propaganda feita durante o final do Ciclo da Borracha, na década de 1940. Enfrentaram fome e condições semelhantes ao trabalho escravo. Vendo o crescimento dos dez filhos, decidiram trabalhar ainda mais para conseguirem condições de voltar ao Ceará.

Voltando para Fortaleza, estabeleceram-se no Bom Jardim. “Um lugar isolado, ermo. Lembro dos cortejos dos anjinhos, as crianças que morriam com disenteria na época. Era muito recorrente, eu lembro. Era sempre o pai, na frente, carregando o caixãozinho com o bebê dentro, e a mãe e os irmãos acompanhando. Na nossa casa tinha um jardim e o pessoal do cortejo costumava pedir flores pra enfeitar os caixões. Eu tenho essa imagem muito forte na lembrança”, recorda.

39453288 671205966570993 3550843093613805568 n Aos 17 anos, entrou para a Aeronáutica. Após a greve da Polícia Militar, em 1997, decidiu sair da Força Aérea. Trabalhou como camelô antes de se engajar nas atividades da igreja em seu bairro. Decidiu estudar Teologia para servir melhor. “Fui para um seminário presbiteriano, que funcionava ali em frente ao Imparh, na avenida João Pessoa. Um seminário de referência em Fortaleza, com visão progressista, um dos melhores do país. Fiz outro curso de Teologia na Faculdade Kurios, em parceria com a Universidade Federal do Ceará. Então, tenho duas formações em Teologia”, explica.

Hoje, atua na Igreja Simples. “Uma igreja sem excessos. A gente eliminou o templo, pois ele configura toda uma estabilidade institucional que nós não acreditamos. A gente acredita na fluidez de quem tá a caminho. A gente eliminou o excesso da estrutura, que é o templo”. Um momento importante, informa, é o do ofertório. Nesse momento, quem tem condições, contribui, quem não tem, arrecada um pouco para si, de acordo com as necessidades.

Jamieson milita pelo direito de crianças e adolescentes há mais de 20 anos. Além de consultor do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), é pesquisador no Laboratório de Estudos da Conflitualidade e da Violência (Covio) da UECE. Trabalhou em organizações como a Visão Mundial, a Diaconia e o Instituto Terre des Hommes. Recebeu a indicação de “Promotor da Paz” pela Global Unites quando era diretor do Centro Socioeducativo São Francisco, por conta da mediação de conflitos em territórios vulneráveis de Fortaleza.

38728035 662045474153709 4096854705337008128 nEm 2016, convidado pelo advogado e político João Alfredo, do PSOL, decidiu concorrer ao cargo de vereador em Fortaleza. Na época, conseguiu 560 votos. Em 2018, quando candidato ao senado, recebeu 150.644. De acordo com Jamieson, a vaga de candidato ao senado foi conseguida no contexto de uma disputa acirrada dentro do próprio partido. “Todo mundo tem um projeto de poder”, pontua. A força para emplacar uma candidatura negra contou com o apoio do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e Círculos Populares, em uma estratégia de também pautar o partido de fora para dentro.

Um ponto curioso na candidatura de Jamieson foi o nome escolhido para a disputa: Pastor Simões. Segundo ele, houve um distanciamento da esquerda dos movimentos de fé. “Nós decidimos nos aproximar dessas pessoas para dizer, inclusive, que há uma outra narrativa política que não é essa narrativa vingativa, violenta, que promove injustiça, preconceituosa. A gente precisa estar perto dessas pessoas e dizer ‘não é isso, existe outro jeito de enxergar a fé e a política que não é esse belicoso que está posto’”.

“A vida é menos generosa pra nós. Nós temos acesso à educação mais tarde. Tenho 42 anos e não tenho mestrado. E porque eu não tenho mestrado? Porque eu sempre tive que trabalhar e estudar. Não é falta de vontade. É porque é desigual”

Para Simões, a formação de quadros entre negros e negras é mais lenta por conta da desigualdade. Os partidos alinhados com a pauta identitária devem tomar a decisão política de construir quadros de negros e negras. “Ninguém abre mão nem de poder e nem de privilégios”, destaca. “A vida é menos generosa pra nós. Nós temos acesso à educação mais tarde. Tenho 42 anos e não tenho mestrado. E porque eu não tenho mestrado? Porque eu sempre tive que trabalhar e estudar. Não é falta de vontade. É porque é desigual. Se eu que sou homem estou dizendo isso, imagine uma mulher, que tem que lidar com as expectativas de família, de filho, tripla jornada de trabalho, de estudo, e ainda ter que garantir a formação”, problematiza.

“A gente precisa salvar a política no Brasil. E não teremos incidência qualificada sobre ela fazendo as mesmas coisas”, afirma. Durante um debate entre candidatos ao senado no período eleitoral, em uma universidade particular, estudantes debocharam do fato do candidato ser do bairro Bom Jardim. “Aquilo é emblemático. Não saí de lá arrasado. Aquilo é um retrato da sociedade. A sociedade precisa ver e entender que o negócio está mudando, tem negros e negras disputando cargos majoritários”.

42359212 693994367625486 2164556289030488064 n

Pastor, militante, palestrante e pai de dois filhos, Jamieson Rodrigues Simões é um sujeito de luta, não apenas em anos eleitorais. Luta diária, durante encontros, palestras, aulas públicas e onde for possível. Para salvar a política no Brasil, como diz, é preciso debater, fazer a informação fluir, chegar em todos os lugares e para todas as pessoas.

“A sociedade precisa começar a enxergar que negros vão disputar espaços hegemonicamente brancos. Isso não significa dizer que nós vamos fazer o ‘racismo reverso’, nada disso. Quer dizer que a gente, como grupo, estamos disputando como os brancos sempre fizeram. Agora, chegou o tempo de um amadurecimento democrático, mesmo nossa frágil democracia dando sinais de que pode facilmente ser desconstruída, mas é um sinal também de uma democracia que a gente possa ter diversidade nas representações. E a diversidade passa principalmente pela candidatura de mulheres negras em lugares hegemonicamente ocupados por homens brancos”, finaliza.

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Rafael Ayala

Jornalista. Alma de cronista, coração de poeta. Tem experiência em Assessoria de Comunicação. Apaixonado por futebol, boas histórias e fim de tarde.

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