O Ceará Criolo participou nesta segunda-feira (26/11) de mais um importante debate sobre a população negra. No Instituto de Cultura e Arte (ICA) da Universidade Federal do Ceará (UFC), em Fortaleza, o coletivo discutiu a importância de uma representatividade plural.
Essa foi a segunda visita do CC ao curso de Publicidade e Propaganda da UFC em menos de um mês. A primeira aconteceu no último dia 31 de outubro, quando o Ceará Criolo completava uma semana no ar. O encontro desta vez foi com alunos da disciplina de Teorias da Comunicação, ministrada pela professora Helena Martins.
“O Ceará Criolo nada mais é do que o desejo de cinco comunicadores de uma comunicação diferente sobre a maior parcela da população brasileira. Os negros ainda são retratados de forma estigmatizada tanto em produtos jornalísticos e publicitários quanto em produtos de entretenimento. E isso incide diretamente no modo como a sociedade se enxerga e enxerga os cidadãos negros”, disse o jornalista Bruno de Castro.
Além dele, também participaram do debate de hoje a jornalista e fotógrafa Nah Jereissati, militante da visibilidade lésbica, e o psicólogo Marcos Antônio, presidente da Fábrica de Imagens, uma Organização Não Governamental (ONG) que promove ações educativas em cidadania e gênero no Ceará há 20 anos.
“A população negra precisa se reconhecer negra e reivindicar o que é seu por direito. Nós somos 54% do Brasil. Então, não é favor nenhum o negro ser retratado nas novelas e nas propagandas como alguém que pode ter sucesso na vida. Porque ele pode! Quando tem seus direitos assegurados e oportunidades ele tem potencial! Agora…a gente precisa sair dessa lógica perversa e quase maquiavélica de só agradecer a Deus por pequenas coisas, por espacinhos que nos dão nos lugares. Não pode ser assim! Nós temos que ir adiante e ocupar lugares que são nossos. Lugares de protagonismo, de destaque”, acrescentou Bruno.

Comunicólogo e mestre em Antropologia, é especialista em Jornalismo Político e Escrita Literária e tem MBA em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais. Foi repórter e editor dos jornais O Estado e O POVO, correspondente do portal Terra e colaborador do El País Brasil. Atua hoje como assessor de comunicação. Venceu o Prêmio Gandhi de Comunicação, o Prêmio MPCE de Jornalismo e o Prêmio Maria Neusa de Jornalismo, todos com reportagens sobre a população negra. No Ceará Criolo, é repórter e editor-geral de conteúdo. Escritor, foi finalista do Prêmio Jabuti de Literatura 2020.