Vencedora três vezes do Esso, o maior prêmio jornalístico do Brasil, Fabiana Moraes lança nesta segunda-feira (12/9) seu sexto livro. “A pauta é uma arma de combate” articula críticas, propostas e reflexões sobre as relações discursivas do jornalismo com grupos sociais historicamente oprimidos.
Aliando sensibilidade, análise e engajamento, a jornalista dá lugar central à pauta, a coluna vertebral da notícia, que reflete e produz olhares sobre as coisas do mundo, situada em um contexto atravessado por hierarquias de gênero, raça, classe social e origem geográfica.
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Fabiana reconhece o campo jornalístico como partícipe de narrativas que transformam diferenças em desigualdades. Assim, a autora investiga caminhos de ruptura com os modos colonizados pelos quais o jornalismo atua desde o século 19, e defende o jornalismo de subjetividade, propondo uma prática reflexiva que possibilite melhores encontros com as alteridades e que jogue luz sobre violências naturalizadas como o racismo, a misoginia e as muitas formas de “outrofobia.”
Em um esforço para aproximar teoria e prática, o livro apresenta três reportagens de Fabiana publicadas no Jornal do Commercio do Recife: A vida é Nelson (2012); Ave Maria (2013); e Casa grande & senzala (2013).
A jornalista se propõe a analisar os trabalhos uma década após sua publicação original, fazendo uma autocrítica e narrando com proximidade afetiva os bastidores dessas reportagens.
SOBRE A AUTORA
Fabiana Moraes é recifense, nascida no Alto José Bonifácio, mãe de Mateus e professora do curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). É jornalista com mestrado em Comunicação e doutorado em Sociologia, ambos pela UFPE. Pesquisa mídia, imprensa, poder, raça, hierarquização social, imagem e arte. É vencedora de três prêmios Esso com as reportagens A vida mambembe (2007), Os sertões (2009) e O nascimento de Joicy (2011).
Recebeu ainda o Prêmio Petrobras de Jornalismo, o Prêmio Imprensa Embratel e o Prêmio Cristina Tavares de Jornalismo. Lançou cinco livros: Os sertões (Cepe, 2010), Nabuco em pretos e brancos (Massangana, 2012), No país do racismo institucional (Ministério Público de Pernambuco, 2013), O nascimento de Joicy (Arquipélago, 2015) e Jomard Muniz de Britto: professor em transe (Cepe, 2017).
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