Fortaleza terá a partir de 2021 o primeiro mandato coletivo da história da cidade. E ele será preto! Louise, Lila e Adriana conseguiram neste domingo (15/11) o feito histórico de elegerem-se com 9,8 mil votos e ocuparão cadeira(s) na Câmara Municipal pelos próximos quatro anos.
O trio de mulheres negras e periféricas forma o mandato Nossa Cara, que contagiou Fortaleza com uma campanha propositiva, antirracista, escancaradamente posicionada como de esquerda, feminista e inclusiva.
Louise, Lila e Adriana foram a segunda candidatura mais votada do Partido Socialismo e Liberdade (PSol) na capital cearense este ano. Ficaram atrás apenas do ambientalista Gabriel Aguiar. E, ainda assim, por uma diferença de apenas 64 votos.
No quadro geral, o Nossa Cara teve a 13ª maior quantidade de votos. Ficou à frente de nomes conhecidos do eleitorado fortalezense como Elpídio Nogueira (PDT), Larissa Gaspar (PT), Márcio Martins (Pros), Guilherme Sampaio (PT), Ronivaldo Maia (PT) – todos esses, inclusive, já com mandato e tentando a reeleição – dentre outros.
Independente de quem seja o prefeito eleito (José Sarto (PDT) e Capitão Wagner (Pros) vão disputar o segundo turno), o Nossa Cara tenderá a ser oposição, já que os planos de governo de ambos os candidatos vão contra tudo o que o trio defendeu na campanha. Além disso, o PSol teve candidato próprio na disputa majoritária (o advogado Renato Roseno, veterano em pleitos ao Executivo).
Comunicólogo e mestre em Antropologia, é especialista em Jornalismo Político e Escrita Literária e tem MBA em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais. Foi repórter e editor dos jornais O Estado e O POVO, correspondente do portal Terra e colaborador do El País Brasil. Atua hoje como assessor de comunicação. Venceu o Prêmio Gandhi de Comunicação, o Prêmio MPCE de Jornalismo e o Prêmio Maria Neusa de Jornalismo, todos com reportagens sobre a população negra. No Ceará Criolo, é repórter e editor-geral de conteúdo. Escritor, foi finalista do Prêmio Jabuti de Literatura 2020.