Autor: Bruno de Castro

Comunicólogo e mestre em Antropologia, é especialista em Jornalismo Político e Escrita Literária e tem MBA em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais. Foi repórter e editor dos jornais O Estado e O POVO, correspondente do portal Terra e colaborador do El País Brasil. Atua hoje como assessor de comunicação. Venceu o Prêmio Gandhi de Comunicação, o Prêmio MPCE de Jornalismo e o Prêmio Maria Neusa de Jornalismo, todos com reportagens sobre a população negra. No Ceará Criolo, é repórter e editor-geral de conteúdo. Escritor, foi finalista do Prêmio Jabuti de Literatura 2020.

Conceição Evaristo é a curadora da próxima Bienal Internacional do Livro do Ceará e a gente PRECISA estar eufórico por isso. Uma mulher negra, que fala de negros, não se envergonha de lutar pelo povo preto e usa as palavras na luta contra o racismo, estará à frente do maior evento literário do estado e o terceiro maior do gênero no Brasil. Mas desde já quero fazer uma provocação. Sim, com dois anos de antecedência e com todos nós ainda de ressaca pelo fim Bienal deste ano, na qual, inclusive, Conceição arrastou uma multidão para o evento que participou e…

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Hoje maioria nas instituições federais de ensino superior do Brasil, os estudantes universitários negros são, um a um, resistência ao racismo. Rompem um silêncio histórico. Aquilombam-se e são quilombo. Reivindicam novos espaços. Novos poderes. Novas representações. “Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.” Paulo Freire, patrono da Educação brasileira. Na segunda nação mais negra do planeta, ter diploma de “dotô” foi coisa de branco – e filho de rico – durante muito tempo. Menos de duas décadas atrás, em 2000, pretos e pardos eram apenas 2% dos estudantes universitários brasileiros. A história caminhou…

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A revolução das cotas coloca em xeque o modo como nós mesmos nos enxergamos enquanto sociedade que não se reconhece racista ao passo que se autodeclara majoritariamente negra e apaga da história a importância do povo preto. As cotas aumentam os negros nas universidades para que esse mesmo povo negro precise cada vez menos de uma política pública para lhe garantir algo que nunca sequer deveria ter sido proibido. “A força da alienação vem dessa fragilidade dos indivíduos, quando apenas conseguem identificar o que os separa e não o que os une.” Milton Santos, geógrafo negro brasileiro. Muito do porquê…

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“O futuro pertence àqueles que se preparam hoje para ele.” Malcolm X, um dos defensores do nacionalismo negro nos Estados Unidos. As Instituições de Ensino Superior (IES) no Ceará contam com organizações para combater o racismo, fortalecer e valorizar as raízes africanas e empoderar docentes e discentes negros. Possuem denominações diferentes em cada IES, mas todos são legítimos espaços de resistência, luta e afirmação da participação da população negra no Ensino Superior. Profissionais diversos fazem parte desses grupos, numa união entre experiência e juventude para a obtenção de bons resultados no Ensino, na Pesquisa e na Extensão. Em Fortaleza e…

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Por volta de 2015, um grupo de professores e estudantes do campus do IFCE em Crateús, no Sertão dos Inhamuns cearense, começou a mapear as escolas indígenas e quilombolas da região. Naquele ano, não havia ainda o Neabi, mas tal estudo já poderia ser considerado uma atividade embrionária. Apenas em 31 de julho de 2017, a Resolução nº 71 é aprovada, instituindo os Neabis no âmbito do IFCE. Coordenado pela professora Valéria Lourenço desde janeiro de 2018, o Neabi do campus conta alunos do Ensino Médio, Técnico e Superior, além de professores de diferentes áreas, como Sociologia e Geografia, jornalista…

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“O Neabi é um espaço potencial para possibilitar e garantir a inserção nos espaços acadêmicos das problemáticas enfrentadas pelas populações negra e indígena e, dessa forma, fortalecer o ensino da cultura afro-brasileira e indígena definido como obrigatório pela Lei 10.639/03, alterada pela 11.645/08”. Assim analisa a coordenadora do Neabi do campus Quixadá, Danielle Rodrigues da Silva. Formado em 2016, o espaço recebeu apenas em 2017 uma equipe formalizada por meio de portaria do IFCE. São várias as atividades desenvolvidas, planejadas ou não, pois demandas acadêmicas e da comunidade externa podem resultar em ações. Palestras, rodas de conversa, visitas…

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