Autor: Bruno de Castro

Comunicólogo e mestre em Antropologia, é especialista em Jornalismo Político e Escrita Literária e tem MBA em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais. Foi repórter e editor dos jornais O Estado e O POVO, correspondente do portal Terra e colaborador do El País Brasil. Atua hoje como assessor de comunicação. Venceu o Prêmio Gandhi de Comunicação, o Prêmio MPCE de Jornalismo e o Prêmio Maria Neusa de Jornalismo, todos com reportagens sobre a população negra. No Ceará Criolo, é repórter e editor-geral de conteúdo. Escritor, foi finalista do Prêmio Jabuti de Literatura 2020.

Djamila Ribeiro conversou com o Ceará Criolo minutos antes de subir ao palco para ser a palestrante de honra da abertura do 19º Congresso Brasileiro de Assessores de Comunicação (Conbrascom). O evento aconteceu entre os últimos dias 6 e 8 de agosto na ilha de São Luís, capital do Maranhão. Filósofa e escritora, a paulista falou para uma plateia de 300 profissionais de comunicação de todos os estados do país que atuam em instituições de sistemas de justiça. Foi categórica. Atribuiu à comunicação papel estratégico para a população, sobretudo a mais vulnerável, conhecer os próprios direitos. E sentenciou: “não tem…

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As irmãs Verônica e Valéria Carvalho receberão o título de doutoras honoris causa da Universidade Regional do Cariri (Urca). A homenagem já foi aprovada pelo Conselho Superior da instituição. Trata-se de um reconhecimento à relevante contribuição dada por elas à luta antirracista no Ceará e à difusão de conhecimentos ancestrais negroafricanos no estado. Descendentes de quilombolas originários do Piauí, as gêmeas nasceram em Crato, onde vivem, e são cofundadoras do Grupo de Valorização Negra do Cariri, o Grunec, que desde 2001 promove o controle social de políticas públicas e tensiona governos a avançarem no combate ao racismo. Além disso, ambas…

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Dentro de um vestido verde escuro brilhante, Luedji Luna mais parecia uma esmeralda de 1,80 metro. A baiana hipnotizou os três mil fãs que a assistiram cantar por uma hora e meia os maiores sucessos de uma das mais icônicas vozes negras da história da humanidade em comemoração aos três anos da Estação das Artes, um dos maiores complexos culturais de Fortaleza. Em “Luedji Luna canta Sade”, a homenagem à britânica-nigeriana Helen Folasade Adu, artisticamente conhecida como Sade e cuja carreira está em alta há 43 anos, o público oscila dos sucessos mais antigos aos mais recentes. Mas nenhum deles…

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A primeira vez que fui chamado de “doutor” eu tinha sete anos. Talvez oito. Foi uma tia, a quem ofereci um copo de soro caseiro por vê-la esbaforida após um passamento. Ela bebeu, melhorou e disse: “obrigado, dotô Bruno”, como quem me dá um prêmio por tê-la “curado” milagrosamente com uma garapa de água, sal e açúcar, receita aprendida dias antes na escola. Depois disso, a vida me ensinou que eu não podia ser “doutor” porque no Brasil “doutor” é título de gente importante – médico, advogado e, sobretudo, gente rica. E branca, coisa que eu, um menino negro, de…

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“O que ela tinha de partida, eu tinha de chegada. O que eu precisava de saudade, ela precisava de refúgio. E, assim, todo dia passou a ser de completudes, de declarar sentimentos e falar das coisas bonitas.” Página 89 do livro “E, no princípio, ela veio” Com dificuldade, a voz, gasta pelo tempo, cantava: adeus, amor// eu vou partir// ouço ao longe um clarim…// E esse era o único som ao redor. Em silêncio, nós assistíamos à cena e chorávamos. Temíamos ser aquele o começo do fim. Uma valsa da saudade, tal qual a música que mamãe se esforçava para…

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“Acabou-se, ela, antes de acabar. Mas ninguém acaba! Acaba. Não acaba! Nem quando morre? Nem quando morre. Porque quando morre a gente continua pelo amor de alguém. Pois é isso o amor: uma continuação da gente. Mesmo que de alguma forma a gente finde.” Página 97 do livro “E, no princípio, ela veio” Em meio ao turbilhão de informações que recebi em poucas horas no hospital, uma me colocou em alerta. Confirmado o acidente vascular cerebral, seria determinante para a qualidade de vida de mamãe iniciarmos a reabilitação dela o quanto antes. Do contrário, correríamos o risco de sequelas permanentes…

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