Autor: Bruno de Castro

Comunicólogo e mestre em Antropologia, é especialista em Jornalismo Político e Escrita Literária e tem MBA em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais. Foi repórter e editor dos jornais O Estado e O POVO, correspondente do portal Terra e colaborador do El País Brasil. Atua hoje como assessor de comunicação. Venceu o Prêmio Gandhi de Comunicação, o Prêmio MPCE de Jornalismo e o Prêmio Maria Neusa de Jornalismo, todos com reportagens sobre a população negra. No Ceará Criolo, é repórter e editor-geral de conteúdo. Escritor, foi finalista do Prêmio Jabuti de Literatura 2020.

Me desenhar sempre foi um incômodo quando eu era moleque. Havia de um tudo, menos lápis com a minha cor. Lembro bem de certa vez abrir a caixa recém-comprada por papai, uma com mais tons do que o usual, algo em torno de o triplo além do comum, e ainda assim não ter um negro que sequer se aproximasse do que sou. (Aqui, me permita, abro parênteses: não sou moreno. Também não sou “escurinho”. Nem “cor de jambo”. Muito menos pardo. Sou negro. Me enxergo negro desde que me entendo por gente. Gosto que me chamem assim. E isso nunca…

Read More

O portal Ceará Criolo foi eleito, nessa sexta-feira (7/12), o melhor produto de comunicação para promoção da igualdade racial do Ceará em 2018. Dez projetos disputavam o título, fruto de uma iniciativa inédita do Sindicato dos Jornalistas no Estado do Ceará (Sindjorce). A solenidade de entrega do prêmio aconteceu no Centro Cultural Belchior, na Praia de Iracema, em Fortaleza, durante o I Encontro de Jornalistas e Comunicadores pela Igualdade Racial. O evento integra o IX Congresso Estadual dos Jornalistas do Ceará, cuja programação vai até amanhã (9). O primeiro lugar do Ceará Criolo foi decisão unânime da Comissão Julgadora. “O…

Read More

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) implementou uma medida que pode ajudar muito na denúncia, mapeamento e combate aos atos de racismo e intolerância religiosa no estado. Trata-se do aplicativo Mapa do Racismo e Intolerância Religiosa, que pode ser instalado em sistemas operacionais Android e iOS. A ferramenta é gratuita e de manuseio intuitivo. Com ela, o MP-BA pretende saber exatamente onde acontecem os casos de discriminação racial, intolerância religiosa, injúria racial e racismo institucional para, de posse dos dados, abrir procedimento e, se for o caso, encaminhar para abertura de inquérito policial. Esse é o primeiro aplicativo do tipo…

Read More

A cor do Francisco José Pereira de Lima chega antes dele em qualquer canto. Está na identidade. Não na de papel. Na alma. Deixou de ser cor, na verdade. Virou nome próprio. Vem quase junto com o sorriso. Ou dentro de uma camisa com motivos africanos e boné com a estampa de um negão black Power irado. Aos 42 anos, a pisada mansa prepara o terreno para um discurso incisivo. Chocante, muitas vezes. Até mesmo pra quem é negro. “A gente estabeleceu na Cufa [Central Única das Favelas] uma cota pra branco de 10%. Porque toda instituição o branco toma,…

Read More

O Ceará Criolo participou nesta segunda-feira (26/11) de mais um importante debate sobre a população negra. No Instituto de Cultura e Arte (ICA) da Universidade Federal do Ceará (UFC), em Fortaleza, o coletivo discutiu a importância de uma representatividade plural. Essa foi a segunda visita do CC ao curso de Publicidade e Propaganda da UFC em menos de um mês. A primeira aconteceu no último dia 31 de outubro, quando o Ceará Criolo completava uma semana no ar. O encontro desta vez foi com alunos da disciplina de Teorias da Comunicação, ministrada pela professora Helena Martins. “O Ceará Criolo nada…

Read More

No estado brasileiro onde negros não povoam o imaginário popular; onde “essa história de que preto existiu aqui é conversa fiada”; e onde “se teve preto, foi pouco, quase nada”, 85 comunidades quilombolas resistem no Ceará. Ao tempo. À tirania dos homens. À vilania dos sistemas. Ao embranquecimento dos corpos. À invisibilização dos povos. Localizados em diversas regiões do estado, esses pedaços de chão reúnem grupos com trajetória própria. Reminiscências gêmeas. São prova viva tanto de que o povo preto existe aqui quanto de como ele é imenso, combatente e necessário para a composição da sociedade brasileira. Do contrário, esses…

Read More